Os documentos vão servir de base para o setor público e lideranças agrícolas
A Universidade Federal de Viçosa, na Zona da Mata, entregou aos produtores familiares de algodão, no sertão nordestino, uma série de cartilhas que sistematiza o conhecimento que eles mesmo construíram ao longo do tempo. Os documentos vão servir de base para gestores do setor público e lideranças da agricultura familiar divulgarem práticas agrícolas e adaptá-las, para que estejam em conformidade com as exigências de produtos orgânicos e agroecológicos.
São três cartilhas sistematizando nove procedimentos. Elas foram produzidas durante dois anos, por meio de uma parceria da UFV com a ONG Diaconia, e financiadas pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo o diretor do Instituto, o professor Marcelo Braga, o trabalho foi realizado a partir do convênio do Fida com a UFV por meio do projeto Adaptando Conhecimento para Agricultura Sustentável e Acesso ao Mercado. O objetivo é melhorar o acesso dos agricultores familiares do semiárido às tecnologias e aumentar a produtividade e as condições de acesso ao mercado.
Os documentos foram produzidos a partir da experiência compartilhada com agricultores dos sete Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade Orgânica (OPACs). Os documentos também servirão de base para outras iniciativas no país e no mundo que trabalham ou desejam conhecer o modelo implementado pelo projeto.
As cartilhas mostram o itinerário metodológico, técnico e científico sobre a produção do algodão em consórcios agroecológicos nas Unidades Familiares Produtivas (UFPs). “Isso é fundamental para a expansão do projeto, haja vista as regras e boas práticas à luz da certificação orgânica nessas unidades”, afirma o coordenador do projeto Algodão/Diaconia, Fábio Santiago.