Essas plantas são consideradas um dos maiores desafios da plantação
A cultura do café é uma das mais tradicionais em Minas, em especial no Sul de Minas e na Zona da Mata. As características geográficas são propícias para a planta, que oferece os melhores resultados em maiores altitudes. E, diferente de outras culturas que são viáveis apenas em terrenos mais planos, o café se adapta facilmente ao sobe-desce das montanhas mineiras.
Esses elementos, associados ao clima e ao solo, fazem de Minas o estado campeão nacional na produção. Em 2021, quase metade de todo o café produzido no Brasil teve origem no estado. Mais precisamente: 46% da safra, o que representa 21,45 milhões de sacas. Por trás dos recordes de produtividade existe muito cuidado e experiência no manejo, por parte do produtor. Um dos maiores desafios na lavoura é com as plantas daninhas. É necessário conhecimento sobre cada uma delas e saber como cada espécie pode afetar o cafeeiro e em que estágio de seu ciclo produtivo.
São dezenas as espécies de plantas daninhas que ameaçam a produtividade no campo, mas algumas, em especial, têm maior poder destrutivo nas plantações de café. O gerente comercial da unidade Acero Manhuaçu, Manoel Arruda, que é técnico em agropecuária e especialista no manejo do café, listou as plantas daninhas mais comuns nos cafezais em Minas Gerais: Buva ou Voadeira (Conyza spp); Braquiária (Brachiaria brizantha); Capim Amargoso (Digitaria insularis). Há outras espécies de plantas daninhas que são menos comuns, mas também podem ser encontradas nos cafezais: Capim de Burro ou Rabo de Burro (Cynodon dactylon); Caruru (Amaranthus spp); Erva Quente (Spermacoce latifolia); Guanxuma (Sida spp.); Maria Pretinha (Solanum americanum); Poaia Branca (Richardia brasiliensis) e Tiririca (Cyperus spp).
O maior cuidado deve compreender o período entre a preparação do solo – incluindo a análise – e a fase jovem da planta. O preparo adequado do solo já é capaz de prevenir o surgimento de algumas espécies que se desenvolvem em condições de maior acidez, como a samambaia Pteridium aquillinum e outras que veremos a seguir. No período de desenvolvimento do cafeeiro, a concorrência com as espécies daninhas pelos nutrientes do solo pode comprometer permanentemente a lavoura, trazendo perdas irreparáveis.
A estação mais quente e chuvosa é favorável às lavouras, mas também às plantas daninhas. Pancadas de chuva intercaladas com grande incidência de luz solar é tudo o que o mato precisa para crescer e se desenvolver rapidamente nas plantações de café.
O produtor precisa ficar atento tanto no período de implantação da lavoura quanto nas áreas de plantas adultas, quando o enchimento dos grãos também exige a máxima absorção de nutrientes do solo.