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Café registra queda de 60% na produção das Matas de Minas

Cooperativa aposta em café com leite para amenizar as oscilações

Foto de sacas de ração
Pecuária leiteira cresce na região cafeeira das Matas de Minas (foto: Washington Bonifácio)
Washington Bonifácio
1 de agosto de 2021
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O cafeicultor já conhece os riscos da bienalidade: em uma safra a produção é boa e em outra, nem tanto. Em 2020, a Cooperativa de Café das Matas de Minas (Coocafé) atingiu a marca histórica quando captou 1 milhão de toneladas de café. Em consequência disso, a safra deste ano prevê uma queda de 60%. Para evitar o impacto das oscilações, que são naturais no mercado, a cooperativa montou uma fábrica de ração para diversificar a atividade econômica.

“Qualquer monocultura é problemática. Na mesma hora que o preço está lá em cima, logo ele está em baixa. Quanto mais diversificado for, menos o produtor sofrerá com as alterações de preços”, explica o presidente Coocafé, Fernando Cerqueira.

A imagem mostra Fernando Cerqueira pegando na ração granulada

Aumenta área plantada de milho, garante Fernando Cerqueira. (Foto: Washington Bonifácio)

Fortalecimento da Pecuária Leiteira 

A fábrica já tem cinco anos de operação e comercializa rações granuladas e fareladas também para o Espírito Santo. A previsão é chegar a 20 mil toneladas neste ano. A equipe do Uai Agro acompanhou um dia de produção, em Lajinha, na Região das Matas de Minas. O presidente da cooperativa nos contou que percebeu um crescimento da pecuária leiteira entre as propriedades de café. Além investir em vacas, os que antes eram somente cafeicultores agora também plantam milho, para suprir a demanda de grãos da fábrica. Por causa disso, foi necessário ampliar a estrutura de armazenamento para atender a demanda crescente.

Desta maneira, a região, que antes tinha a cafeicultura como pilar principal da economia, hoje divide espaço com a pecuária leiteira. Para Fernando Cerqueira, a antiga mistura do café com leite abre novos caminhos para burlar as quebras financeiras e comprova que dá para unir os dois segmentos, sem briga econômica.

“O grande problema de produzir milho aqui na região era saber para quem vendê-lo. Hoje o produtor planta e nós compramos dele. Estamos fechando o ciclo. Só não temos ainda o laticínio”, revelou Cerqueira, em tom descontraído.

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