Lavouras de café do Sul de Minas, Mogiana e Cerrado Mineiro atravessam um momento difícil
A Fundação Procafé, em Varginha, comentou nesta semana sobre as expectativas para a próxima safra de café no Brasil, durante bate-papo no podcast Procafé.
Em agosto, a florada já dava as caras no Sul de Minas, com uma aparição mais discreta nas lavouras não irrigadas e um ótimo desempenho nas que são irrigadas. Porém, ainda não há o que comemorar, já que as lavouras irrigadas de café arábica representam menos de 5% da cafeicultura da região. Para o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, Alysson Fagundes, um dos fatores que impactam negativamente no resultado da florada nas lavouras é o clima.
“Nós tivemos déficits hídricos severos em junho, julho e agosto, então não tinha como ser diferente as floradas nas lavouras não irrigadas. Além de ser uma florada pequena, está com tudo para um baixo pegamento devido à baixa hidratação da planta e as baixas temperaturas ocorridas. Vamos torcer para termos uma segunda e talvez uma terceira florada melhor. Mas essa primeira florada, para a maioria das lavouras, foi muito ruim”, disse.
Sobre as chuvas até a primeira quinzena de setembro, Alysson afirma que são mais do que necessárias, já que a grande maioria das lavouras de arábica não irrigadas do Sul de Minas, Mogiana e Cerrado Mineiro, atravessam um momento difícil.
“O que vai resolver a safra de 2023 é essa primeira quinzena de setembro. Se tivermos chuvas, teremos uma safra, em 2023, média ou boa. Mas não há a menor possibilidade de supersafra. Primeiro, porquê o crescimento não ajudou. Nós não temos lavoura em tamanho normal para dar uma boa florada. Segundo, a geada ainda prejudica a safra de 2023, porque as lavouras recepadas só darão carga boa em 2024. Eu não consigo enxergar um 2023 com safra boa”, finaliza.