A Conab prevê que a área de feijão na Bahia seja de 417 mil hectares na temporada 22/23.
A produção de grãos na Bahia, referência no estado que tem a soja como carro-chefe, inclui outros produtos que fazem parte da alimentação de muitos brasileiros, um deles é o feijão, item indispensável na mesa e no campo de muitos agricultores.
Segundo o Instituto Brasileiro de Feijões (IBRAFE), em várias regiões do estado, o feijão tem se mostrado como uma ótima alternativa para a rotação de culturas. Os produtores investem em diferentes momentos do ano para iniciar o plantio e almejam novas oportunidades de mercado nos estados vizinhos.
“Eu teimei em plantar feijão. O pessoal falava que eu não ia conseguir. Eu sentia que essa terra voltaria a produzir feijão. O pessoal queria mudar pra mamona, para milho, mas eu achava que o feijão deveria continuar”, diz o produtor Marionel Souza.
No oeste baiano, a produção de feijão encontra como principais desafios os insetos, como a mosca branca, que causa danos diretos às plantas através da sucção de seiva e transmissão de viroses.
As condições climáticas e o custo de produção são outros importantes aspectos que são levados em conta. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área de feijão na Bahia aumentou, com 417 mil hectares na temporada 22/23. E entre as variedades do grão, a maioria é do tipo caupi.
De acordo com a instituição, apesar desse número, a expectativa de produtividade é menor para a cultura, que é extremamente sensível às condições climáticas. “Para os pequenos produtores esse custo é muito alto para eles implantarem sistema de irrigação, então o principal desafio para o produtor hoje é o desafio climático”, diz Rafael Fogaça, gerente na Conab.
Com uma produtividade média de 3 mil a 3,6 mil quilos por hectare, o produtor destaca o potencial de irrigação do oeste da Bahia como essencial para o desenvolvimento da cultura, que tem uma janela de plantio entre abril a julho, com ciclo de aproximadamente 80 dias.
“O feijão sempre fez parte da nossa rotação de cultura e nós plantamos o feijão carioca pérola por excelência. As outras variedades, os outros tipos de feijões, nós não adaptamos bem nas nossas propriedades. Este ano temos a intenção de plantar na faixa de 2 mil a 3 mil hectares, dependendo de alguns fatores que acontecem durante a safra”, diz o produtor Celestino Zanella.