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Exportações brasileiras de milho bateram recorde no mês passado

Números da Conab apontam que os embarques para o exterior chegaram a 6,41 milhões de toneladas, melhor resultado da série histórica

Exportações de milho bateram recorde no mês passado. (Foto: Ivan Bueno/ANP)
Ricardo Miranda
2 de fevereiro de 2023
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A nova edição do boletim AgroConab divulgado há alguns dias pela Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, revela que o Brasil bateu recorde nas exportações de milho em dezembro do ano passado. As vendas para o exterior chegaram a 6,41 milhões de toneladas, o melhor desempenho da série histórica. A Companhia também destaca que o aquecimento do setor se mantém no início de 2023.

De acordo com a Conab, nos 15 primeiros dias úteis deste ano o país já embarcou 4,2 milhões de toneladas. Os números são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O volume parcial já é 54% maior que o registrado em todo o mês de janeiro de 2022.

O recorde registrado em 2022 e os bons números do início deste ano estão pressionando os preços do cereal no mercado interno, impactado pelos menores níveis dos estoques de passagem do grão. Segundo a Conab, o corte na produção da safra 2022/2023, tanto no primeiro ciclo brasileiro quanto na estimativa para os Estados Unidos, devem contribuir para a alta das cotações. “O elevado volume exportado em dezembro já conta com 1,1 milhão de toneladas com destino para a China, o que melhora as perspectivas de comercialização do cereal para o continente asiático neste ano”, pondera o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.

O levantamento da Conab também aponta para o cenário de alta nos preços da soja no mercado interno ao longo de 2023. A explicação vem do aumento nas cotações internacionais da oleaginosa em razão de problemas climáticos de seca que ocorreram na Argentina. A produção do país vizinho na safra 2022/23 deve variar entre 35,5 a 41 milhões de toneladas, segundo a Bolsa de Cereales, o que pode representar uma nova quebra. “Com a quebra de safra na Argentina, o Brasil deve continuar com fortes exportações de farelo e óleo de soja em 2023. Além disso, a possibilidade de elevação do percentual de 10% para 15% de biodiesel ao diesel, deve manter os esmagamentos elevados. A estimativa de exportações brasileiras de soja também deve ser elevada, dando assim, sustentação aos preços nacionais”, ressalta o superintendente da Companhia.

Já em relação ao trigo, a Conab afirma que o cenário indica queda dos preços no mercado interno. O Brasil registrou recorde na produção no ano passado, com 9,7 milhões de toneladas colhidas, o que impacta no aumento da oferta e reduzindo os preços. “No entanto, a quebra da safra argentina e a questão do câmbio podem minimizar a pressão baixista”, explica a analista de mercado da Conab, Flávia Starling.

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