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Projeção prevê safra recorde de grãos em 2022

O cenário foi puxado pela recuperação do milho

Espigas de milho
Milho e soja vão puxar a safra de grãos em 22. (Foto: Mapa)
Washington Bonifácio
12 de novembro de 2021
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) divulgou, esta semana, o primeiro Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). Se confirmarem as previsões, a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve somar 270,7 milhões de toneladas em 2022.

Este número representa um aumento de 7,8% em relação às estimativas de 2021, ou 19,5 milhões de toneladas a mais.

A expectativa é a de que o milho seja o principal responsável por esse aumento. Depois de grande queda na produção em 2021, por conta do atraso do plantio da 2ª safra e da falta de chuvas nos principais estados produtores, a previsão para 2022 é de alta de 11,1% para a 1ª safra (ou 2,8 milhões de toneladas) e de 26,8% para 2ª safra (ou 16,2 milhões).

Plantação de milho

“Espera-se um ano dentro da normalidade climática”, diz responsável por pesquisa. (Foto: Lícia Rubinstein/IBGE)

“Apesar do aumento dos custos de produção, os preços das commodities agrícolas como milho, trigo e soja estão altos, ajudados pela valorização do dólar. Fazendo o produtor aumentar o plantio e investir mais nessas lavouras”, explica o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.

Veja as projeções detalhadas por commoditie:

  • Soja (0,8% ou 1,1 milhão de toneladas)
  • Algodão herbáceo em caroço (2,4% ou 84,9 mil)
  • Sorgo (12,8% ou 302,4 mil)
  • Feijão 1ª safra (6,9% ou 80,9 mil)
  • Feijão 2ª safra (9,8% ou 101 mil).

A pesquisa que estima alta também registra a queda de alguns itens:

  • Arroz (-3,9% ou 451,6 mil)
  • Feijão 3ª safra (-0,9% ou 5,1 mil)
  • Trigo (-10,0% ou 785,8 mil).

Estados e a produção nacional

A pesquisa detalha também a participação de cada estado na produção nacional de grãos. Somente seis deles somam 80% da produção do país. De acordo com o LSPA, o Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,5%, seguido pelo Rio Grande do Sul (15,0%), Paraná (13,2%), Goiás (9,2%), Mato Grosso do Sul (7,7%) e Minas Gerais (6,1%). Somados, os seis primeiros estados representaram 79,7% do total do país. No recorte regional, a liderança é do Centro-Oeste (45,7%), seguido pelo Sul (30,6%), Sudeste (10,0%), Nordeste (9,1%) e Norte (4,6%).

Capacidade dos estoques

A Pesquisa de Estoques mostrou alta de 2,5% no total de capacidade útil disponível para armazenamento no Brasil, no primeiro semestre de 2021 frente ao semestre anterior, chegando a 180,6 milhões de toneladas. O Mato Grosso continua possuindo a maior capacidade de armazenagem do país, com 44,4 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul e o Paraná aparecem logo depois, com 34,3 e 32,6 milhões de toneladas de capacidade, respectivamente.

Quanto aos tipos de armazenamento, a pesquisa mostrou que os silos seguem predominando, tendo alcançado 90,4 milhões de toneladas (50,0%) da capacidade útil total. Na sequência, aparecem os armazéns graneleiros que atingiram 67,7 milhões de toneladas de capacidade útil armazenável, e armazéns convencionais, estruturais e infláveis, com 22,5 milhões de toneladas.

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