Processo exige conhecimento e comprometimento do produtor rural e é capaz de agregar valor e melhor a rentabilidade das propriedades
A agroindustrialização é uma alternativa para agregar valor à matéria prima e transformar o trabalho da agricultura familiar. Um processo que exige comprometimento e conhecimento dos produtores e consiste na modernização das técnicas e aprimoramento do trabalho.
Essa possibilidade atraiu o interesse dos produtores Carlos Cunha e a esposa Sangisleia Cunha, conhecida como Leia. Os dois são donos de uma propriedade de 16 hectares voltada para a produção de leite em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro. O casal então procurou a Emater, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais, para iniciar o processo de agroindustrialização.
A primeira sugestão da Emater foi para o casal deixar de fornecer o leite in natura e o queijo frescal que produziam na propriedade. A proposta era investir no Queijo Minas Artesanal. “Na família de ambos, a produção de queijos era tradicional. Eles tinham o conhecimento e toda a estrutura para a produção de leite. Além disso, o produtor tem habilidades de adaptar tecnologias e inventar equipamentos. Ele inventou uma prensa para espremer a massa de queijo”, explica Reginaldo de Souza, engenheiro agrônomo da Emater.
O casal então montou a nova queijaria há três anos. Os produtos são comercializados na região e, em breve, o IMA deve conferir à empresa o selo Arte, permitindo a venda dos produtos em todo o país. Com a adoção das práticas de produção, orientações sobre o manejo adequado dos animais, capacitação profissional e instalação da agroindústria, os produtores conseguiram melhorar a rentabilidade do negócio.
“Gosto de aprender coisas novas. Quando decidi montar o laticínio, entendi que tinha que aprimorar os processos, aumentar a qualidade e reduzir custos de produção, com soluções tecnológicas. Tive a vantagem de ter conhecimentos na área, mas todos podem fazer adaptações ou adotar tecnologias que, num primeiro momento, podem parecer um investimento grande, mas que em curto prazo traz muitos ganhos”, conta Carlos Cunha, dono da queijaria.