Problemas climáticos em diferentes estados produtores contribuíram para a revisão dos números divulgados pelo IBGE
O IBGE divulgou esta semana a estimativa de fevereiro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA). Os números apontam um recuou de 3,8% em relação à estimativa do mês anterior, mas ainda assim a safra nacional de grãos em 2022 deve ser maior que a do ano passado, alcançando 261,6 milhões de toneladas.
Segundo o IBGE, o recuo na previsão se deve ao clima. “Esse declínio na estimativa se deve aos problemas climáticos enfrentados por estados da região Sul, como Rio Grande do Sul e Paraná, notadamente a falta de chuvas durante a 1ª safra”, explica o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.
O levantamento do IBGE mostra que a safra de soja, principal commodity do país, deve chegar a 123 milhões de toneladas em 2022, o que representa uma queda de 8,8% na comparação com o ano passado. “Mesmo com elevados investimentos na produção da leguminosa, os efeitos adversos causados pela estiagem têm afetado drasticamente o desempenho das lavouras de verão nos estados do centro-sul do país”, observa Barradas. A produção de arroz deve ter redução de 7,9% em relação a 2021. A previsão é que a safra não passe de 10,7 milhões de toneladas.
Já a produção de milho deve crescer. A safra está prevista em 108,7 milhões de toneladas, um aumento de 23,9% em relação a 2021. “Após uma grande queda na produção, em 2021, efeitos do atraso do plantio da 2ª safra e da falta de chuvas nos principais estados produtores, espera-se um ano dentro da normalidade o que propiciará a recuperação das lavouras de milho, inclusive devendo atingir um novo recorde nacional”, analisa o gerente do LSPA.