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Disparada no preço do trigo preocupa indústria de massas e pães

A Rússia é o maior exportador mundial de trigo e o avanço da guerra com a Ucrânia reflete no preço do grão

Consumidores já percebem impactos da situação. (Foto: Pref LRV)
Ricardo Miranda
26 de março de 2022
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A guerra na Ucrânia já reflete em vários setores da economia brasileira. E um dos setores afetados é o do trigo. A Rússia é o maior exportador mundial do grão e as dificuldades logísticas impostas pelo conflito, além da queda na produção, levaram à um aumento do valor do commodity.

Brasil importa mais da metade do trigo consumido no país. (Foto: Embrapa)

A Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) divulgou nota alertando sobre os impactos para os insumos da cadeia produtiva e no valor final dos produtos, destacando que Rússia e Ucrânia responde, juntas, por 30% das exportações mundiais de trigo. “Além da queda na oferta de trigo, fator da alta dos preços, o desabastecimento tem a ver com dificuldades logísticas – a guerra fechou portos, interrompeu o transporte – e com a queda da produção ucraniana da commodity”, disse a associação, em nota.

Segundo a Abimapi, o Brasil precisa importar mais da metade do trigo consumido no país. O grão vem, principalmente, da Argentina, Canadá e Estados Unidos. Apesar da Rússia não ser um dos fornecedores, a guerra causa oscilação da cotação do produto no mercado internacional e impacta na cadeia produtiva dos fabricantes representados pela associação. Para se ter uma ideia, nas massas, 70% do valor correspondem ao custo da farinha.

Elevação dos preços

Abimapi afirma que cenário ainda é incerto. (Foto: Agepen)

A Abimapi afirma que o aumento na cotação do preço do trigo já começa a ser sentida pela cadeia produtiva do setor, embora algumas empresas tenham contratos antigos já firmados e ainda não tenham sentido esse impacto. A associação alerta que haverá reajustes de preços nas próximas semanas, mas diz que as perspectivas futuras seguem indefinidas, já que dependem dos rumos da guerra na Ucrânia.

Em nota, a associação diz ainda que “o consumidor brasileiro deve começar a sentir os efeitos em breve, quando as indústrias comprarão as novas safras. As indústrias estão com estoques relativamente curto, pois estão no início da entressafra de trigo, lembrando que o produto acabado também não tem estoques e que varia muito de empresa para empresa”.

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