Exportações despencaram quase 40%, informou o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé)
O presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Henrique Dias Cambraia, acredita que as exportações brasileiras de café devem ser prejudicadas por meses pela falta de contêineres que está afetando as cadeias de suprimento em todo o mundo.
As exportações do Brasil caíram por sete meses consecutivos e despencaram quase 40% em novembro em relação a 2020, informou o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Ainda de acordo com a Cecafé, o principal motivo é a falta de contêineres para que os exportadores possam embarcar seu café para o exterior.
Em 2021, já se esperava que o Brasil produzisse uma safra menor do que o recorde de 63,1 milhões de sacas de 2020, devido as geadas e frio em julho e agosto. No início do ano passado, a Conab previa uma safra de 2021 de 49,6 milhões de sacas, e em dezembro a agência comunicou que o país colheu 47,7 milhões de sacas. Uma seca que começou no fim de 2019 reduziu a produção ainda mais do que o esperado.
“Há café que já foi vendido à espera de embarque para o exterior, mas os estoques de reserva para atender à demanda estão muito baixos. A oferta pode ficar escassa nos próximos meses, antes que a safra de 2022 comece para valer, em maio. Acho que teremos alguns meses tensos antes do início da colheita”, falou Cambraia.
O mau tempo no ano passado também deve resultar em uma produção menor do que o normal este ano, que seria de safra volumosa. As previsões para a safra de café deste ano variam bastante.
“A safra menor no ano passado, as dificuldades logísticas e as preocupações com a safra de 2022 elevaram os preços nos mercados mundiais, mas ao mesmo tempo os cafeicultores estão enfrentando custos muito mais altos. Muitos dos insumos usados pelos produtores no Brasil são cotados em dólar, e os custos de envio também são maiores”, finaliza.
