Produtor de Divino, no Leste de Minas, ficou em 2º lugar no Prêmio Emater de Criatividade Rural
Dizem que carro apertado é que canta. O ditado é muito usado na roça para se referir às dificuldades vividas por quem lida com o trabalho pesado. Ao ouvir alguém dizendo isso parece até que quanto mais difícil e árduo, melhor é o resultado. E, na prática, é um sufoco também.
Anderson Domingos é um cafeicultor de Divino, no Leste de Minas, que vive o peso desse ditado, pois é pequeno produtor e leva uma vida desafiadora no campo. Ele sustenta a família com o que tira da lavoura. Entre os pés de café têm feijão, milho e outras culturas que são para complementar os ganhos e ajudar também a regular a vida microbiana do solo.
A gente sabe que na cafeicultura, principalmente de cafés especiais, os tratos culturais são rigorosos desde a planta até a xícara: a colheita é selecionada; a secagem precisa ser feita em camadas finas e em terreiro suspenso, para que o café não fermente, evitando assim a mudança de gosto da bebida. Durante esse período, é preciso mexer bem o café.
Este era o desafio que o cafeicultor enfrentava, pois quase se dividia em dois para dar conta de todo o serviço. Foi assim até ele ter a ideia que mudou a vida dele: criar um terreiro mecânico de secagem. O agricultor nunca havia visto algo igual, mas projetou tudo reaproveitando barras de ferro, cabo de aço e garrafas plásticas, materiais que já tinha na propriedade.
O sistema composto por uma roda d’água, fios de aço, pás de madeira e engrenagens foi inscrito em um concurso da Emater de Minas.
Neste vídeo Anderson explica como a invenção funciona:
A invenção do Anderson poupa tempo, mão de obra, aumenta a qualidade do café e rendeu a ele o segundo lugar no 7º Prêmio Emater-MG de Criatividade Rural.
Como o segredo da vida é não parar de sonhar, Anderson espera agora ficar em boa colocação no Concurso Estadual de Qualidade do Café e conseguir vender o produto a um preço justo.