A decomposição é feita pela ação de microrganismos e gera, ao fim do ciclo, um composto orgânico eficaz
Destinar matéria orgânica residual para a compostagem é uma prática sustentável e inteligente, pois permite a transformação do lixo orgânico em um poderoso fertilizante para o solo e as plantas. Por isso que professores e funcionários do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), reciclam resíduos orgânicos, oriundos da área verde do instituto e devolvem à natureza em forma de nutrientes para o solo.
Diariamente, as atividades de jardinagem e capina dos mais de 40 mil m² de área verde do ILCT geram um grande volume de resíduos orgânicos (biomassa), como folhas, cascas e podas de árvores. Pensando nisso, a equipe elaborou um projeto de implementação de uma unidade de compostagem para a organização e tratamento desse material orgânico. Nessa técnica, a decomposição é feita por meio da ação de microrganismos e gera, ao fim do ciclo, um composto orgânico muito eficaz, que pode ser utilizado como fertilizante em qualquer tipo de plantação, como hortas, jardins, pomares e no cultivo de plantas domésticas.
O passo-a-passo se dá da seguinte forma: após o serviço de jardinagem, capina e poda das árvores, o funcionário responsável leva o material para a unidade de compostagem e o local onde as leiras serão formadas é forrado com folhas de palmeiras e outros materiais consideradas mais “grosseiros”, para melhorar a aeração do sistema. Em seguida, ele alterna camadas de material vegetal dos resíduos com camadas de esterco bovino seco, para aumentar a concentração de nitrogênio. “O material vegetal oriundo da jardinagem é muito rico em carbono, mas pobre em nitrogênio, por isso é preciso suplementar, pois sem esse equilíbrio não há a produção do composto desejado”, detalha Claudety Saraiva, professora-pesquisadora do ILCT e coordenadora do projeto.
Desde dezembro passado, a equipe tem utilizado o composto orgânico gerado pela unidade de compostagem na adubação das áreas verdes do ILCT. Claudety Saraiva lembra que, futuramente, há planos para comercializar o fertilizante natural em pequenos sacos de 2kg e disponibilizá-los para produtores e interessados. Por fim, ela lembra sobre a importância pedagógica de todo o trabalho. “Essa unidade será usada como ferramenta de ensino no Curso Superior de Tecnologia em Laticínios, ofertado pelo ILCT, para que os alunos possam vivenciar, na prática, todo o processo de compostagem, desde a implantação das leiras até o ensacamento do composto final”, conclui a professora, que leciona as disciplinas de “Gestão ambiental” e “Tratamento de resíduos” no Instituto.