Entenda como os produtores da Zona da Mata poderão participar do Projeto Ceafa das Matas de Minas
Você já deve ter ouvido falar que plantar e colher é fácil e que tarefa difícil é vender. De fato, essa é a uma realidade enfrentada por muitos produtores rurais. O Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema FAEMG observou essa deficiência e resolveu ajudar. O gerente do programa, Bruno Rocha de Melo, e o gerente do Escritório Regional de Viçosa, Marcos Reis, visitaram em Manhuaçu, o Centro de Apoio à Agricultura Familiar (Ceafa).
“Essa movimentação está alinhada com uma das novas diretrizes do SENAR Nacional, que é de apoiar e fomentar a parte de comercialização dos produtores rurais. Desenvolver essa parceria com a CEAFA pode auxiliar os produtores associados aos nossos sindicatos, que são as nossas entidades de base, e, dessa forma, agregar valor aos produtos, ampliar, diversificar os negócios e oportunizar novas saídas para os produtores”, disse Marcos Reis, gerente da regional Viçosa.
O Centro de Apoio à Agricultura Familiar (Ceafa) é uma estrutura que está sendo construída em Manhuaçu, na Região das Matas de Minas, com o objetivo de ser um ponto regional de distribuição de alimentos que receba, especialmente, mercadorias dos pequenos e médios produtores. A estrutura conta com com 183 pedras (espaços para as vendas no atacado) e 138 lojas para varejo. Além disso, terá espaços para vendas nas duas modalidades e um modelo de gestão semelhante ao do Mercado Central de Belo Horizonte. Segundo o CEO do Ceafa, Nixon Jaime, a ideia para o empreendimento surgiu de uma necessidade identificada por ele primeiro enquanto consumidor. As conversas com compradores e produtores ajudaram a estruturar a missão do seu negócio.
“Esse é um modelo inédito no Brasil. Nos organizamos para proporcionar inclusão e respeito ao trabalho do produtor rural. Formamos a Associação dos Produtores de Alimentos da Agricultura Familiar de Manhuaçu e região e todos que adquirem um espaço são associados e estão nos ajudando a construir o CEAFA”, disse.
Depois de conhecer a iniciativa, a intenção é avaliar as possibilidades do Sistema FAEMG se associar ao CEAFA e garantir espaços para os produtores do ATeG da região. Para Bruno Rocha, os grupos de fruticultura e olericultura podem ser beneficiados com esse modelo de negócio, por aproximar os produtores do comprador final. O gerente destacou que o programa está atento a esse gargalo e articulando-se para atuar mais da porteira para fora.
“O lucro dos produtores está ficando com os atravessadores e esse está sendo um grande problema. Nesse modelo de negócio, a gente dá condições deles receberem melhor pelos produtos, evitar a inadimplência e em tempo oportuno ter esse dinheiro em mãos. Conhecer iniciativas como essa e pensar em parcerias possíveis para dar a melhor assistência ao produtor é fundamental. Nada adianta que a gente faça um excelente trabalho na propriedade e o dinheiro não entre. Precisamos disso no final, porque isso demostra o sucesso do programa”, disse.
Nixon Jaime ainda destacou que o empreendimento deve gerar cerca de 4 mil empregos e atender a um mercado de mais de 2 milhões de consumidores que atualmente são abastecidos com mercadorias das centrais de abastecimento (CEASAs). Além de produtos de hortifruti, o Centro também apostará em uma agenda semanal de comercialização de artesanato, flores e pescados. Haverá ainda espaço de restaurantes e bares. “Queremos movimentar a economia local, principalmente o agronegócio, e esperamos que o espaço também seja uma alternativa de lazer para a população de Manhuaçu e região”, comentou o CEO.