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Milho em grande escala pode prejudicar café em consórcio

Cafeicultores aproveitam alto preço do grão e plantam nas ruas de café

Coocafé orienta cooperados sobre os tratos culturais para plantio em consórcio. (Foto: Coocafé)
Washington Bonifácio
23 de janeiro de 2022
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Plantar outro tipo de cultura nas ruas de café é até uma orientação dos especialistas porque aumenta a forragem, previne erosões e repõe nutrientes no solo. Porém, a indicação é sempre que se plante leguminosas de porte baixo e que tenham o ciclo curto.

Com a saca do milho chegando a 100 reais, muitos produtores, principalmente da Região das Matas de Minas, no Leste do Estado, plantaram essa cultura em consórcio com o café.

O Portal Uai Agro conversou com o Engenheiro Agrônomo da Syngenta, Felipe Ruela, que atende uma cooperativa da região e explicou os cuidados ao consorciar as duas culturas.

“O milho é uma cultura exigente em nutrientes, principalmente o nitrogênio. O produtor basicamente não muda a adubação que ele faz no café. Dá uma adubadinha no milho e no café vai aquela quantidade normal. Daí o milho extrai os nutrientes que eram para o café e prejudica no enchimento dos grãos. Eu concluo que quando o produtor não aduba as duas culturas da maneira correta ele pode ter problema”, disse Felipe

Felipe Ruela Agronomo entrevistado

Felipe Ruela atende à Coopeavi na região de Caratinga. (Foto: Arquivo pessoal)

Matas de Minas

Neste ano, os cafeicultores Região das Matas de Minas, plantaram milho em grande escala nas lavouras de café. Conversamos com o Vinícius Fassarella Modenesi, engenheiro agrônomo  da Coocafé, uma das maiores cooperativas de café da região, para entender como têm sido trabalhadas as duas culturas.

O profissional assume que o consórcio nas áreas dos cafeeiros é uma importante opção de negócio para os cooperados. Segundo Fassarela, a recomendação é a de que a principal cultura secundária seja o feijão, porém todos já perceberam a predileção do cafeicultor pelo o consórcio do milho.

“A cultura do milho recebe uma atenção especial quanto à necessidade de realização de adubações específicas para a cultura, devido ao fato da mesma, ser uma espécie de gramínea e possuir maior eficiência na extração de nutrientes do solo. Assim, é de grande importância a realização de análise de solo e posteriormente o cálculo de adubação de semeio e de cobertura, com o objetivo de desenvolver a cultura do milho sem prejuízos às lavouras de café”

Para finalizar, a expectativa do representante da Coocafé é a de que nos próximos anos aumente o número de áreas de plantadas pois a demanda de milho na forma de silagem e grãos tem aumentado nas regiões de atuação da cooperativa. Por isso, a empresa investe em orientação para que o produtor não sacrifique a principal cultura que é o café.

 

 

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