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Nova espécie de planta é descoberta no Espírito Santo

A espécie ornamental de um grupo conhecido como balãozinho japonês foi encontrada em Iúna e Muniz Freire.

Conheça as características da planta encontrada. (Foto: Divulgação)
Washington Bonifácio
25 de janeiro de 2023
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Uma nova espécie de planta foi descrita na Mata Atlântica capixaba. A Callianthe capixabae, como foi batizada, é uma espécie ornamental de um grupo conhecido como balãozinho japonês ou lanterninha japonesa, e foi descrita somente para duas localidades: Parque Estadual Forno Grande, no município de Castelo, e a Serra do Valentim, entre os municípios de Iúna e Muniz Freire.

A descoberta foi publicada no dia 29 de dezembro de 2022, no periódico Phytotaxa, dedicado à taxonomia botânica. O artigo traz descrição morfológica, comentários taxonômicos, ilustrações, distribuição, habitat e fenologia, além de uma tabela de comparação morfológica entre as novas espécies e as espécies morfologicamente mais próximas.

Callianthe capixabae é bastante semelhante a outras duas espécies, Callianthe glaziovii e Callianthe schenckii, mas os pesquisadores encontraram diferenças no indumento (pelos e escamas que cobrem a planta), tipos de inflorescência, nervuras do cálice, cor das pétalas e comprimento do fruto.

Análise

Para a análise, os pesquisadores Maria Tereza R. Costa e Massimo Bovini, ambos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), e João Paulo F. Zorzanelli, do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), coletaram amostras em campo e realizaram estudos nos herbários CAP e VIES, da Universidade Federal do Espírito Santo, MBML, do INMA, e RB, do JBRJ.

“A nova espécie ocorre em sub-bosques florestais do interior do Espírito Santo, em altitudes de 1.100 a 1.300m. Sua floração foi registrada de abril a agosto e frutos foram registrados em julho. Em relação aos balõezinhos japoneses e lanternas japonesas amplamente cultivadas, Callianthe capixaba possui folhas totalmente distintas, com a parte de baixo, por exemplo, de coloração meio acinzentada, tecnicamente chamamos essa característica de folhas discolores”, explica João Paulo Zorzanelli, pesquisador do INMA.

Por causa da característica ornamental, essa planta apresenta grande potencial para inclusão em programas de melhoramento genético e o emprego em ornamentação, arborização e outros usos. Como é conhecida apenas para duas localidades e duas populações, não há uma avaliação sobre o estado de conservação, sendo classificada como Deficiente em Dados, na escala da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês).

“Uma dessas populações está localizada na delimitação do Parque Estadual do Forno Grande (PEFG), que é protegido como unidade de conservação. No entanto, os espécimes estão localizados nas margens da pista única para ecoturismo, podendo sofrer depredação. A outra população foi identificada em uma mata à beira da estrada que dá acesso a torres de comunicação na Serra do Valentim, local que não faz parte de unidade de conservação, estando já sujeita a ameaças como incêndios florestais e cortes para manutenção periódica das estradas. O entorno das localidades onde encontramos a Callianthe capixabae é composto principalmente por propriedades rurais de cultivo e pecuária de café e eucalipto, além de alguns fragmentos de Mata Atlântica. Esse contexto configura populações da espécie parcialmente isoladas e restritas, dificultando mecanismos essenciais para sua biodiversidade, como dispersão e fluxo gênico”, alerta Maria Tereza Costa, pesquisadora do JBRJ.

Com informações do Instituto Nacional da Mata Atlântica

 

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