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Pescadores se tornam piscicultores no Vale do Rio Doce 

Associação criou a Piscicultura Social para descansar o Rio Doce da pesca predatória

Peixes pintados
Nove famílias acreditaram no projeto e hoje têm renda fixa mensal. (Foto: APARD)
Washington Bonifácio
24 de agosto de 2021
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Governador Valadares consome 170 toneladas de peixes por mês. Segundo a Associação de Pescadores e Amigos do Rio Doce(APARD), parte desta demanda era suprida pelo pescado retirado do Rio Doce. Os pescadores profissionais pescavam 3,5 toneladas mensalmente, ou seja, apenas 2% do que a população consumia. Depois da criação do projeto Piscicultura Social a realidade dos trabalhadores mudou para melhor.

“Antes dependendo do tipo de chuva, da intensidade do vento e até mesmo se houvesse enchente, os pescadores não conseguiam pescar e ficavam sem renda. Hoje, com a piscicultura, eles têm renda o ano inteiro”, explicou o diretor de projetos da APARD, José Francisco Silva Abreu.

O projeto começou em 2005. Um grupo de amantes da pesca, ao perceber que os peixes do Rio Doce estavam desaparecendo, resolveu criar a APARD (Associação dos Pescadores e Amigos do Rio Doce) com intuito de ajudar o rio a voltar a ser como era antes.  De lá para cá a APARD vem trabalhando para fomentar o turismo de pesca no Rio Doce e zerar a prática da pesca predatória.

Piscicultor mostra pintados filhotes

São produzidas 12 toneladas de Surubim por ano, diz associação. (Foto: APARD)

Piscicultura social

Para ajudar os pescadores a explorarem o rio de forma sustentável, a APARD criou a Cooperativa dos Pescadores Amigos do Rio Doce (Coopard) e instalou um projeto de Piscicultura Social nas águas do Rio Corrente na UHE (Usina Hidrelétrica) de Baguari.

Psicultor com pintado na mão

A APARD cede a estrutura para que os pescadores criem e vendam os peixes, ficando com renda da venda para eles. (Foto: APARD)

De acordo com a APARD, 9 famílias de pescadores têm sido beneficiadas com o projeto.  A cooperativa produz, anualmente, cerca de 80 toneladas de tilápia e 12 de surubim.

Tanques rede no Rio Corrente

Tanques-rede nas águas do Rio Corrente na lagoa da usina de Baguari. (Foto: APARD)

Para o presidente José Francisco Abreu, a associação tem feito a parte dela, mas é preciso do esforço de outras esferas para que Rio Doce tenha todo o potencial explorado de maneira sustentável.

“O Rio Doce é uma riqueza para nossa cidade tão grande quanto a Ibituruna. Temos mais de 70 espécies. Peixes exóticos e nativos. Temos lambaris, pacu caranha, piau vermelho, piau branco, traíra… O Dourado do Rio Doce é grande. É daquele tipo de peixe que bate no anzol e dá um salto tão alto que a adrenalina do pescador bate no teto. Essa luta com o peixe é nossa paixão. Com um rio caudaloso e piscoso, poderemos explorá-lo não só com a pesca esportiva, mas promovendo outros esportes náuticos como: canoagem, caiaque, rafting, stand padle, passeios de barco, etc. É diferente ver o rio do alto ponte ou da margem e ver de dentro do rio. Só estando nele para perceber a exuberância que ele tem”, revela Abreu.

O projeto Piscicultura Social fica às margens da BR-381, próximo a Baguari, distrito de Governador Valadares. Ele está instalado no lago do Rio Corrente, local onde o afluente se encontra com o Rio Doce. O local é aberto à visitação e comercializa os peixes frescos criados pelos piscicultores.

Placa do projeto social

Fachada das dependências da APARD às margens do lago do Rio Corrente. (Foto: APARD)

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