Volume deve ser o menor desde 2009, quando Minas Gerais produziu 19,9 milhões de sacas de café
A produção total de café beneficiado em Minas Gerais neste ano deve cair 38,1%, para 21,4 milhões de sacas, segundo levantamento realizado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O levantamento foi realizado em agosto e setembro, quando a colheita havia atingido 95%. O volume deve ser o menor desde 2009, quando Minas produziu 19,9 milhões de sacas de café.
A Conab aponta o déficit hídrico causado pelas secas que afetam o estado e a bienalidade negativa como as causas para a redução na produção. A professora do Departamento de Agricultura da UFLA (Universidade Federal de Lavras), explica que se em um ano o café tinha muito fruto, ele destinou as suas energias para o florescimento e a frutificação.
“Como cresceu pouco, no ano seguinte vai produzir menos. Nesse ano que o café produzir menos, por ter pouco fruto, vai conseguir crescer mais para no ano seguinte voltar a produzir muito e faz essa alternância”, diz.
Outra preocupação está relacionada às geadas que atingiram Minas Gerais e São Paulo. Como elas ocorreram em um período em que a maior parte das lavouras já estava em fase avançada do ciclo de produção, a próxima safra deve ficar comprometida. De acordo com dados da Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais) cerca de 10 mil cafeicultores foram prejudicados pelas geadas.
Maior produtor mundial do grão, a queda na produção brasileira, associada à alta do dólar, tem pressionado as cotações do café. Houve ainda um aumento considerável nos custos, já que muitos insumos são importados e tiveram aumento de preço, como os fertilizantes. A Conab ainda ressalta que em 2020 o Brasil bateu recorde na exportação de café, com um volume total de cerca de 43,9 milhões de sacas. Nos primeiros meses de 2021 a exportação permaneceu em alta.
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