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Projeto de agroextrativismo apoia plantio de frutos nativos do cerrado

Atualmente são cinco famílias participando da iniciativa e a expectativa é que o empreendimento beneficie cerca de 100 famílias da região

Macaúba é um fruto característico do Cerrado mineiro. (Foto: IStock)
Ricardo Miranda
9 de fevereiro de 2023
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Em Jaboticatubas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) está desenvolvendo um projeto de agroextrativismo. As ações promovem o cultivo, extração, comercialização e a transformação de frutos e produtos do Cerrado mineiro. Na cidade, o foco é a Macaúba.

O projeto é executado pela Associação Amanu – Educação, Ecologia e Solidariedade, em parceria com a empresa Soleum, com apoio da Seapa. No fim do mês passado a iniciativa promoveu o plantio experimental de 50 mudas. O objetivo das ações é fortalecer a cadeira produtiva de macaúba, além de garantir geração de renda para as famílias, sem abrir mão da preservação ambiental.

A Seapa fez a articulação entre as instituições envolvidas no projeto. “A associação precisava das mudas, mas não sabia onde comprar e não dispunha de recursos financeiros. Já a empresa parceira, que tem o interesse em fomentar o cultivo no estado e explorar os produtos da macaúba, fez a doação das mudas e repassou as orientações técnicas para o plantio. Neste primeiro momento, nosso papel foi fazer a ponte entre os interessados neste projeto que se tornará referência para todo o estado”, explica o assessor técnico da Seapa, Samuel de Melo Goulart.

Na propriedade de Juliano Cezar Minardi da Cruz aconteceu o plantio experimental. Ele e a esposa trabalham, há seis anos, com a criação de ovelhas para produção de lácteros (iorgurte, manteiga, doce de leite e queijo), além de cortes de cordeiro. O criador conta com um plantel de 75 animais, e viu no projeto de agroextrativismo uma oportunidade. “Sempre quis usar a macaúba, uma planta nativa do Cerrado, como fonte de alimentação dos animais. Hoje, ela é feita com milho crioulo (nativo da região), três tipos de capim, pasto nativo e uma parte com as macaúbas nativas. O objetivo é aumentar o uso do coco, que é um alimento energético, bem aceito pelos animais, com ganho de qualidade no leite produzido, no produto final e no desenvolvimento de novas possibilidades em escala comercial, como o queijo maturado no azeite da macaúba”, explica.

De acordo com a Seapa, na próxima etapa do projeto os agricultores vão coletar as sementes das palmeiras de Macaúba e enviar para a empresa doadora, que vai se encarregar de produzir mudas para expandir a iniciativa. Atualmente participam da iniciativa cinco famílias agricultoras agroecológicas e extrativistas das Casas Comunitárias do Coco Macaúba, empreendimentos coletivos gerenciados pela associação para valorização, beneficiamento, organização coletiva, diversificação e comercialização de produtos desse fruto do Cerrado. “A expectativa é de que as cinco famílias se tornem referência para os envolvidos no empreendimento e para toda a região. No total, serão beneficiadas diretamente cerca de cem famílias, que tradicionalmente exploram o coco da macaúba”, afirma a Seapa.

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