Patrocínio Logo TV Alterosa
Euro R$ 5,23
Dólar R$ 4,79
Sol com algumas nuvens. Não chove.
Belo Horizonte
25º 12º

Estiagem vai afetar o café na safra de 2022 mais do que geada

Fórum reúne especialistas para analisar sobre os impactos da estiagem e da geada na safra de café

Grãos de café
Especialistas se preocupam com os efeitos da estiagem na produção da próxima safra. (Foto: Janaína Magalhães)
Washington Bonifácio
23 de setembro de 2021
compartilhe

A safra de 2022, que seria marcada pela alta bienalidade, está em risco, por causa da geada e da estiagem. Especialistas se preocupam com os efeitos da falta de chuvas nas regiões cafeeiras. Entre os cenários traçados pelos consultores, o impacto da crise hídrica tem ganhado destaque nos fóruns e debates. Esta preocupação foi ressaltada pelo professor José Donizeti Alves, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), no Fórum Café e Clima da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé).

“O café e a seca convivem harmonicamente há anos, por conta da resiliência dos cafeeiros. Mas a planta não tolera tantos períodos de seca severa, como o que vivemos. Portanto, haverá perdas”, destacou o professor.

As condições climáticas e os impactos para a próxima safra foram os temas do evento realizado virtualmente nesta semana. Ainda segundo Donizeti, dois momentos impactam na produção: o do crescimento do ramo e a florada. A seca vai encurtar a janela de crescimento do ramo neste ano, assim vão faltar folhas para produzir café em 2022. O especialista explicou que esse impacto é maior do que o produzido pela geada, que também prejudicou cerca de 170 mil hectares de café, em Minas Gerais.

Galho de cafezal cheio de café maduro

Longos períodos de estiagem resultam no baixo armazenamento de água no solo, o que impacta as plantas. (Foto: Janaína Magalhães)

Nesse contexto, o Coordenador de Geoprocessamento da Cooxupé, Éder Ribeiro dos Santos, explicou que os fatores relacionados ao clima impactam entre 60% a 70% na variação da produção. Além disso, entre esses fatores, a deficiência hídrica é responsável por 56% da queda de produtividade do café.

“Esses fatores criam uma condição de estresse das plantas. Com intenso déficit hídrico na pré-florada e condições desfavoráveis também no pós-florada, o início da safra de 2022 não está nada favorável”, explicou.

Cenário e previsões

O cenário para o próximo ano não é animador, segundo explicou o professor da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Baldicero Molion.

“No trimestre de janeiro a março, teremos chuvas abaixo da média. Principalmente em fevereiro e março, haverá redução de 40% a 60% da média de chuvas”, diz.

Ainda sobre as perspectivas, o bacharel em Física pela USP também destacou o cenário dentro dos próximos 15 anos. “Teremos um clima diferente, em média mais seco e mais frio, semelhante ao do período dos anos 1960 até a metade da década dos anos 1970”, explicou durante sua apresentação.

Assista ao fórum, na íntegra, clicando abaixo:

compartilhe