Fórum reúne especialistas para analisar sobre os impactos da estiagem e da geada na safra de café
A safra de 2022, que seria marcada pela alta bienalidade, está em risco, por causa da geada e da estiagem. Especialistas se preocupam com os efeitos da falta de chuvas nas regiões cafeeiras. Entre os cenários traçados pelos consultores, o impacto da crise hídrica tem ganhado destaque nos fóruns e debates. Esta preocupação foi ressaltada pelo professor José Donizeti Alves, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), no Fórum Café e Clima da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé).
As condições climáticas e os impactos para a próxima safra foram os temas do evento realizado virtualmente nesta semana. Ainda segundo Donizeti, dois momentos impactam na produção: o do crescimento do ramo e a florada. A seca vai encurtar a janela de crescimento do ramo neste ano, assim vão faltar folhas para produzir café em 2022. O especialista explicou que esse impacto é maior do que o produzido pela geada, que também prejudicou cerca de 170 mil hectares de café, em Minas Gerais.
Nesse contexto, o Coordenador de Geoprocessamento da Cooxupé, Éder Ribeiro dos Santos, explicou que os fatores relacionados ao clima impactam entre 60% a 70% na variação da produção. Além disso, entre esses fatores, a deficiência hídrica é responsável por 56% da queda de produtividade do café.
O cenário para o próximo ano não é animador, segundo explicou o professor da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Baldicero Molion.
Ainda sobre as perspectivas, o bacharel em Física pela USP também destacou o cenário dentro dos próximos 15 anos. “Teremos um clima diferente, em média mais seco e mais frio, semelhante ao do período dos anos 1960 até a metade da década dos anos 1970”, explicou durante sua apresentação.
Assista ao fórum, na íntegra, clicando abaixo: