Elemento pode aumentar a concentração de clorofilas, combater radicais livres e ativar enzimas na planta
A geada, no ano passado, foi uma das grandes preocupações dos cafeicultores. Pensando nisso, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) em parceria com a Universidade da Califórnia em Davis (UC-Davis), desenvolve uma pesquisa com o selênio (Se), um elemento já usado em outras culturas como parte da biofortificação agronômica, que tem o objetivo de combater a deficiência nutricional em humanos. No café, os estudos ainda estão no início.
O estudo busca a melhor técnica de inserir o selênio na planta e faz parte da tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo (PPCS), intitulada “Effects of selenium supply on antioxidant system, plant growth, and tolerance to environmental stresses (Efeitos do fornecimento de selênio no sistema antioxidante, crescimento das plantas e tolerância a estresses ambientais) ”.
A primeira etapa da pesquisa consistiu em colocar as mudas de café com e sem selênio – que são mais sensíveis do que plantas adultas – em uma câmara com controle de temperatura, umidade e luminosidade. Em seguida, voltaram a temperatura ao normal para observar como a planta reagiria.
O elemento exerce funcionalidades no metabolismo da planta, podendo aumentar a concentração de clorofilas, combater radicais livres, ativar enzimas, entre outras. A aplicação, além de fortalecer a planta para as condições de estresse climático, também promove esses outros benefícios, fazendo com que a absorção de outros nutrientes melhore e contribua para uma boa safra.
Minas Gerais é o maior produtor de café, com 451 municípios que cultivam a planta. Segundo a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em 2021 foram 21,45 milhões de sacas colhidas.