O aumento é o maior registrado há pelo menos 25 anos no país, segundo ABIC
Já era de se esperar. A estiagem, as geadas e o câmbio em alta. O resultado disso foi quebra na safra e consequentemente a subida dos preços. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), é previsto um aumento 40% nas gôndolas de supermercados. O aumento das exportações somado à produção menor, já esperada para 2021, devido ao ciclo das cafeeiras, também contribuiu para a mudança de preços.
Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Celírio Inácio, só existe a esperança de bons ventos futuros se, entre os próximos meses, chover nas regiões produtoras.
“A safra de 2022 ainda depende da chuva na hora da florada das plantas, que deve ocorrer daqui a dois meses. Se houver a florada no café, o mercado tende a acalmar um pouco. Mas isso depende de uma chuva, e estamos em um período de seca”, alerta Inácio.
Segundo a entidade da indústria do café, as margens de lucro estão nos piores patamares e muitas não conseguirão evitar o repasse ao consumidor, devido à forte valorização dos insumos. Segundo um estudo feito pela Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC, no período de dezembro/2020 até julho/2021, o valor pago pela matéria-prima está, em média, 82% mais caro. Porém, nas prateleiras, o reajuste de preço do café atingiu a média de 15,9% para o mesmo período. A porcentagem está muito abaixo dos 57% de aumento na média dos produtos considerados básicos, como o leite, o arroz, o óleo de soja e o feijão.
“Sem reajuste, há um comprometimento na sustentabilidade do negócio. Para o consumidor continuar tendo acesso a um produto de qualidade, que ele está acostumado, precisará compreender o reajuste que a prateleira irá apresentar”, disse o diretor executivo da ABIC.