As Pancs têm alto potencial alimentício e desenvolvimento espontâneo
Mesmo tendo alto potencial alimentício e desenvolvimento espontâneo, as Plantas Alimentícias Não Convencionais não são consumidas em larga escala ou são utilizadas apenas em determinadas regiões do país. Mas, em Simão Pereira, na Zona da Mata mineira, duas mulheres apaixonadas se dedicam a esse Sistema de Produção de Hortaliças.
As PANCs, como são mais conhecidas, podem ser encontradas com facilidade. “Muitas vezes elas crescem de forma espontânea nos quintais e áreas urbanas de uma cidade. Mesmo não parecendo comestíveis, algumas folhas, raízes, sementes, frutos e até flores são alimentos e possuem alto teor nutricional,” é o que conta a produtora rural Cristina Menezes.
Também podem ser consideradas PANCs partes geralmente não utilizadas de plantas comercialmente conhecidas, como as flores e as folhas do chuchu e do ora-pro-nóbis. E essa diversidade atrai olhares de produtores rurais convencionais. “Eu acho que esse é um cultivo mais rico, com mais variedade, aprendizado e muita utilidade. Para te falar a verdade, tem mais utilidade que os legumes e verduras convencionais”, explica Solange Paula, que trabalha com as Plantas Alimentícias Não Convencionais há pouco mais de 2 anos.
Para mudar este cenário, as sócias sonham alto. As produtoras rurais de Simão Pereira têm investido na criação de produtos feitos com as plantas não convencionais. São bolos de Jasmin Borboleta, ora-pro-nóbis, jenipapo verde; biscoitos amanteigados decorados com flores e saborizados com a semente da ameixa amarela; polvilho orgânico e até pastelzinho de chaia e picão branco.
“Eu senti a necessidade de estudar como colocar no mercado. Fiz faculdade gastronomia, MBA de gestão hoteleira e gastronômica. Para a agroindústria, pensamos em trazer receitas tradicionais, que qualquer brasileiro come, apenas com a mudança de ingredientes. O objetivo é mostrar que é possível e gostoso,” ressalta a produtora.