Fabricação de peças para máquinas agrícolas ajudaram empresas de fundição a alcançar o melhor resultado desde 2014
O bom momento do agronegócio no Brasil, puxado, sobretudo, pela exportação de grãos, como a soja, foi um dos responsáveis pelo recorde na produção da indústria de fundição. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Fundição (Abifa) revelam que o setor produziu 1,25 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, um aumento de 28,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado é o melhor de um primeiro semestre desde 2014.
Afonso Gonzaga é presidente da Abifa e comemora o bom momento das empresas de fundição. (Foto: Divulgação Abifa)
Afonso Gonzaga, presidente da Abifa, não tem dúvidas de que a agroindústria foi a grande responsável pelo crescimento da fundição. “A agroindústria tem sido o carro-chefe do nosso desenvolvimento da indústria de fundição. A compra de equipamentos para a agroindústria tem tido um volume extremamente alto, acima do que nós vínhamos atendendo”, destaca.
Em Carmo da Mata, na região Centro Oeste do estado, funciona uma das três unidades de uma grande indústria de fundição. Dos mais de 800 trabalhadores da empresa, pelo menos 200 foram contratados no primeiro semestre deste. A fábrica produz peças automotivas e componentes para máquinas agrícolas e, nos seis primeiros meses de 2021, teve um aumento de 60% nos pedidos. “Foram seis meses bem diferentes dos seis primeiros meses do ano passado. A gente é muito ligado às máquinas agrícolas e, com esse crescimento do agronegócio, principalmente em função das demandas externas, nossos pedidos de peças para máquinas agrícolas mais do que dobraram”, afirma Bráulio Campos Junior, diretor da fundição.
Bráulio Campos Junior, empresário do setor de fundição, diz que as vendas para o agronegócio mais do que dobraram. (Foto: Ricardo Miranda)
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que, em 2021, a agroindústria brasileira deve crescer pelo menos 5% em relação ao ano passado. E a expectativa é que o aumento da produção no campo continue a estimular a fabricação de peças e componentes para as máquinas, mantendo o bom momento da indústria de fundição.
O presidente da Abifa “Há hoje um excesso de volume de horas trabalhadas no campo o que tem desgastado os equipamentos, demando muita manutenção e peças. Com isso a agroindústria tem sido a grande parceira do setor da fundição e vai continuar assim para 2021/2022”, conclui Afonso Gonzaga.
Bráulio Campos Junior, dono da fundição em Carmo da Mata, também prevê aumento vendas para o agronegócio. “Nós estamos muito otimistas, pelo menos para os próximos 12 meses. Nesse segundo semestre nós vamos partir para uma quarta unidade de produção e não faríamos isso se não estivéssemos otimistas com as demandas do agro”, finaliza
Assista abaixo nossa entrevista com Afonso Gonzaga, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Fundição:
