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Alta nos insumos faz agricultores abandonarem plantio de tomates

No principal pólo produtor de Minas, vários agricultores já dispensaram funcionários e desistiram do plantio nesta safra

Insumos usados nas plantações de tomate subiram até 300%. (Foto: Embrapa)
Ricardo Miranda
5 de fevereiro de 2022
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Em Carmópolis de Minas, na região Centro-Oeste do estado, vários produtores de tomate já anunciaram redução na área plantada este ano. Outros vão abandonar totalmente o trabalho na lavoura. A alta no preço dos insumos está impactando o trabalho no principal pólo produtor de tomate de Minas Gerais.

O pólo produtor de tomate em Carmópolis é o maior de Minas. São mais de 500 produtores cadastrados, incluindo agricultores de Carmópolis, Passatempo, Itaguara, Oliveira e Cláudio. A colheita média é de 7 mil toneladas por mês, mas este ano o número deve reduzir já que muitos agricultores não vão plantar. A Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros de Carmópolis de Minas (Aphocam) confirma que a situação é causada pelo aumento excessivo no preço de alguns insumos.

Agricultores acreditam que situação vai refletir no aumento dos preços. (Foto: Ceagesp)

Para se ter uma ideia, o herbicida mais utilizado no Brasil era comercializado a R$ 28,00 o litro na última safra. Agora, o mesmo produto passa de R$ 110,00 o litro. O inseticida mais popular nas plantações de tomate custava R$912,00. Hoje não é encontrado por menos de R$ 1420,00.

A Aphocam ainda está fazendo um levantamento sobre o número de produtores que vão diminuir a área de cultivo, ou suspender a plantação nesta safra. “Se formos considerar as regiões do nosso entorno, além do pólo, a redução na área plantada vai ser bastante significativa. E isso vai refletir na oferta de produtos para o mercado, o que pode inclusive levar ao aumento dos preços”, comenta Adalton Azevedo Costa, presidente da Associação.

Propriedade do agricultor GIlmar Teixeira, na zona rural de Carmópolis. (Foto: Gilmar Teixeira)

Produtores desanimados

A alta dos insumos desanimou muitos produtores, que há anos trabalhavam no cultivo de tomate. O agricultor Gilmar Teixeira dos Santos, hoje com 50 anos de idade, trabalha nesse tipo de cultivo desde a adolescência. Ele e a família colhem, anualmente, cerca de 200 mil quilos de tomate, mas este ano vão precisar reduzir o plantio.

Gilmar conta que se surpreendeu com o preço de alguns insumos usados no plantio. Com a redução da área plantada este ano, cerca de 5 funcionários da propriedade foram dispensados. “Não está tendo jeito de plantar. A gente não quer fazer dívida e não ter condições de pagar. E com os preços desse jeito, fica impossível conseguir trabalhar com a plantação de tomates”, lamenta o agricultor.

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