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Cultivar grãos é o negócio do futuro, aponta estudo

Estimativa do Ministério da Agricultura é chegar a 333,1 milhões de toneladas nos próximos 10 anos

Edvaldo irrigou a lavoura e feijão e teve bons resultados
Edvaldo irrigou a lavoura de feijão e teve bons resultados. (Foto: Edvaldo de Moura)
Washington Bonifácio
8 de julho de 2021
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A produção de grãos é uma tendência do futuro, segundo o estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2020/21 a 2030/31, realizado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (SIRE/Embrapa) e pelo Departamento de Estatística da Universidade de Brasília (UnB). Os índices apontam alta na produção chegando a 333,1 milhões de toneladas nos próximos dez anos.

Ainda de acordo com o estudo, a área plantada com lavouras deve passar de 80,8 milhões de hectares em 2020/21 para 92,3 milhões em 2030/31. Essa expansão está concentrada em soja, mais 10,3 milhões de hectares; cana-de-açúcar, mais 1,0 milhão; e milho, 2,1 milhões de hectares. Totalizam as três 13,4 milhões de hectares adicionais. Algumas lavouras, como mandioca, café, arroz, laranja e feijão, devem perder área, mas, segundo o estudo, a redução deve ser compensada por ganhos de produtividade. Sendo que a área do território é de 851,49 milhões de hectares, a área de lavouras deverá ocupar em 2030, 10,8% do espaço territorial.

Lavoura em Penha do Cassiano, em Governador Valadares. (Foto: Edvaldo de Moura)

A boa notícia deixou Edvaldo de Moura otimista. Ele tem uma pequena fábrica de cachaça em Penha do Cassiano, distrito de Governador Valadares, no Leste de Minas Gerais. Durante muitos anos, essa tem sido a principal fonte de renda dele, porém em 2021 a produção teve uma quebra, por causa do clima na região. Como o agricultor já previa isso, resolveu plantar feijão que já é uma tradição antiga na família e era um projeto que estava parado. O tipo que escolheu foi o carioquinha. A área plantada foi irrigada e tem um hectare e meio, o que  equivale a dois campos de futebol. O pequeno produtor registrou todo ciclo do cultivo em vídeos, deste a preparação da terra até a colheita (vídeo abaixo).

“Superou as minhas expectativas. Eu esperava aí em torno de dez a quinze sacas e a previsão vai ser de vinte a vinte e cinco sacas”, revelou. O produtor está iniciando atividade agora e sabe que tem muito caminho pela frente. Mesmo assim segue otimista principalmente depois de saber da notícia de bons indicadores para o novo ramo que entrou. Segundo a pesquisa, em relação ao que o país produz nessa temporada de 2020/2021,  o acréscimo na produção até 2030/2031 deverá ser de 71 milhões de toneladas, alta de 27,1%, a uma taxa de crescimento de 2,4% ao ano.

O mercado interno, as exportações e os ganhos de produtividade, deverão ser os principais fatores de crescimento na próxima década. O agricultor que não quer ficar para trás sonha em exportar, mas pelo volume que produz, nesse início de carreira quer começar vendendo para a prefeitura de Governador Valadares, município onde ele mora. “Quero participar das chamadas públicas do município e do estado que é aonde a gente consegue um preço melhor para estar vendendo o nosso produto. É onde a venda é garantida e o pagamento também”, revelou.

Edvaldo e os funcionários temporários que trabalham na colheita.(Foto: Edvaldo de Moura)

 

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