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Estudo da UFV resulta em nova variedade de pêssego

Há 20 anos grupo estuda a variedade; UFV Apolo está protegida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

trabalho teve início em 2001, quando pesquisadores da UFV iniciou experimentos para a melhoria do pêssego (Foto: Pixabay).
Vivia de Lima
8 de novembro de 2022
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Na Universidade Federal de Viçosa (UFV), um trabalho que teve início há 20 anos resultou em uma nova cultivar de pêssego, a UFV APOLO, de nome científico Prunus persica (L.) Batsch. Adaptada ao clima brasileiro, a espécie também apresentar maior produtividade se comparada às variedades tradicionais cultivadas no Brasil. Cultivares são plantas geneticamente melhoradas, desenvolvidas em laboratório e destinadas à produção agrícola. O melhoramento genético ocorre a partir de cruzamentos feitos entre plantas de linhagens tradicionais. Após o cruzamento, é possível obter plantas geradas e definidas como descendentes. A partir desse material, é realizada uma seleção baseada na característica desejada, como, por exemplo, a qualidade do fruto ou a melhor adaptação ao clima.

Início em 2001

O trabalho teve início em 2001, quando um grupo de pesquisadores da UFV iniciou experimentos para a melhoria do pêssego, fruto que pertence à família das rosáceas. O pessegueiro, nativo da China, é uma planta adepta a clima temperado. Isso significa que sua condição requer baixas temperaturas, aspecto que faz parte do seu mecanismo de adaptação e resistência. Como o Brasil não apresenta invernos rigorosos, essas plantas passam por uma seleção para se adaptarem, na qual entram e saem de um período denominado “dormência”.

O grupo de pesquisa coordenado pelo professor Cláudio Horst compreendeu que, ao passo que a agricultura brasileira demanda cultivares adeptas a clima tropical, para o melhoramento do pêssego era interessante buscar plantas em regiões de clima temperado. Ele conta que quando chegou na UFV encontrou uma coleção de pessegueiros e que dentre elas havia uma nomeada de Relíquia. Quando foi realizar seu estágio de pós-doutoramento no exterior, coletou pólens de outras plantas. “Quando fui cursar meu pós-doutorado na Espanha, eu e minha equipe trouxemos para o Brasil pólens de cultivares espanholas, como a Miraflores. Cruzamos a Relíquia com a Miraflores, o que resultou em uma progênese chamada UFV 302-2.”

Sete anos depois do primeiro cruzamento, já em 2009, Horst e seu grupo decidiram cruzar a UFV 302-2 com a cultivar Tropic Beauty, variedade vinda dos Estados Unidos e adaptada a condições frias e de baixa temperatura. O resultado desse processo foi nomeado de UFV APOLO. “A UFV APOLO é uma planta de crescimento médio, tem o fruto de epiderme com coloração de fundo amarelo-alaranjado, cobertura de vermelho médio e sólido, é medianamente firme e possui caroço semi aderente, além da cor da flor e da folha terem sido modificadas dentre outros aspectos que também foram corrigidos”, salienta Horst.

Protegida pelo Mapa

A cultivar UFV APOLO está protegida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e seus dados estão disponíveis pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC). Modalidade da propriedade intelectual, a proteção de cultivares é um direito pelo qual melhoristas de plantas protegem suas cultivares, obtendo assim exclusividade sobre elas. Horst reforça que “geralmente, são os produtores de mudas que se interessam por licenciar as cultivares junto às universidades, para assim começarem a produzir e comercializar as novas plantas.”

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