Os produtores trabalham com plantio de hortaliças e depois de uma capacitação continuada o negócio ficou ainda melhor.
O cultivo de verduras e legumes é a principal fonte de renda da família da produtora Maria do Carmo Gomes Pereira, de Caraí, no Vale do Jequitinhonha. Com o que planta no sítio Água Branca, na comunidade Córrego do Cascalho, ela consegue um faturamento mensal que mantém, com boa qualidade de vida, a filha, Deisa Gomes Ferreira Magalhães, e o marido, Wilson Barbosa Ferreira. Pai e filha inclusive trabalham junto com Maria do Carmo na produção das hortaliças e na administração do sítio.
“Trabalho há mais de 15 anos com hortas. Podemos afirmar tranquilamente que a principal atividade da nossa propriedade é a olericultura. Aqui produzimos de tudo um pouco: alface, cenoura, abóbora, beterraba, repolho, cebolinha, coentro, chuchu, inhame, couve, rúcula, jiló, entre outras coisas. É daqui que tiramos o nosso sustento”, garante a produtora rural.
Com o faturamento da horta, a produtora Maria do Carmo (na foto com o marido, Wilson) mantém a qualidade de vida da família. (Foto: Divulgação)
E família que trabalha unida, também aprende unida. É que pai, mãe e filha estão envolvidos com o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Olericultura, promovido pelo Sistema Faemg Senar, em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Teófilo Otoni. Mensalmente, Maria do Carmo recebe as orientações do técnico de campo Róbson Pinheiro de Souza e compartilha com o marido e a filha.
Depois das orientações recebidas no ATeG, a família da Maria do Carmo passou a vender as hortaliças por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que compra alimentos produzidos pela agricultura familiar e os destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino. “Depois do ATeG Olericultura também passamos a atender o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a algumas escolas aqui da região. Isso acaba beneficiando todo mundo”, explica Wilson Barbosa Ferreira.
O técnico Róbson e o casal Maria do Carmo e Wilson. (Foto: Divulgação)
“Antes do ATeG isso nem era possível, pois eles não tinham um planejamento da produção, não realizavam um trabalho gerencial e a qualidade dos produtos era insuficiente, porque eles não tinham nenhum tipo assistência técnica”, relembra o técnico de campo do ATeG.
A Deisa Gomes Ferreira Magalhães, 25 anos, filha do casal, também auxilia na venda das hortaliças. Além da venda ao PAA e ao PNAE, ela resolveu inovar e criou um grupo em um aplicativo de mensagens instantâneas para fidelizar os clientes. “O consumidor procura cada vez mais praticidade e opções que economizem tempo, então conseguimos agregar mais valor aos produtos quando criamos esse grupo. Tem cerca de 50 pessoas e quase diariamente fazemos vendas por lá”, contou.
Apesar dos desafios do início do ATeG, o técnico de campo Róbson Pinheiro destaca que é importante incentivar e apoiar todos os produtores rurais que ainda não participam do programa, visto que a ampliação do setor certamente vai garantir a segurança alimentar dos envolvidos.
“A possibilidade de geração de renda, de acesso a alimentos saudáveis e de socialização das comunidades envolvidas são garantidores de uma vida melhor e mais promissora. Temos que incentivar esses produtores e buscar que, cada vez mais, eles procurem pelo conhecimento e pelo aprendizado”, avalia.
O ATeG Olericultura na região de Caraí teve início em abril de 2021 e terá encerramento previsto para 2023.